O ex-governador Marconi Perillo (PSDB), deve sair a qualquer momento da sede da Superintendência da Polícia Federal, em Goiânia. Ele recebeu habeas corpus na tarde desta quinta-feira (11). A decisão é do desembargador Olindo Menezes, da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). 

O advogado Antônio Carlos Almeida, o Kakay, informou que a prisão era “ilegal, arbitrária e infundada e de certa maneira afrontava outras decisões de liberdade que ja foram concedidas nesta mesma operação”. Kakay também comentou que “não tem nenhuma preocupação com os fatos investigados e temos absoluta convicção na inocência plena do Marconi”.

Em sua decisão, o desembargador afirmou que “todas as suspeitas da autoridade policial e do magistrado devem ser apuradas, mas isso não equivale a que os investigados sejam presos de logo, sem culpa formada”. No despacho, ele diz também que “a prisão preventiva, como modalidade de prisão cautelar penal, é regida pelo princípio da necessidade, pois viola o estado de liberdade de uma pessoa que ainda não foi julgada e que tem a seu favor a presunção constitucional da inocência”. Olindo Menezes explica ainda que a decisão não implica que o preso “seja inocente”, mas que “não há, pelos fundamentos da decisão. a demonstração da necessidade da sua prisão cautelar”.

O tucano foi preso na última quarta-feira (10), quando prestava depoimento a respeito da Operação Cash Delivery, que investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Pernoite e café da manhã
Por ter curso superior, Marconi passou a noite em uma sala com sofás e banheiro privativo no segundo andar da PF e não dentro de uma cela, segundo Kakay. Dois policiais federais armados ficaram de plantão na frente da sala. 

Por volta das 7h de hoje (11), Marconi tomou seu café da manhã composto de pão, leite e café.

Investigação
Cash Delivery é um desdobramento das investigações da Operação Lava Jato e decorre de acordos de leniência e colaboração premiada firmados pelo MPF com a Construtora Norberto Odebrecht e seus executivos. De acordo com a investigação, quando ainda era senador e, depois, também como governador, Marconi Perillo solicitou e recebeu propina no valor de R$ 2 milhões em 2010, e, R$ 10 milhões em 2014, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no Estado de Goiás