“Tem horas que você tem que ficar onde está com o coração feliz, aliviado e nesse momento eu não estou.”
Luciano Tampa, 38 anos, ex-candidato a vice-prefeito, ex-secretário de Esportes e Lazer e de Planejamento da gestão anterior, fez o anúncio de sua saída do PSB, da base do PSDB, em um programa de rádio, no sábado dia 16 de fevereiro. Alegando decepção com a política, disse que sairá para se distanciar, para arejar a cabeça.
Ele ficou 7 anos militando no grupo do PSDB e disse que vai cuidar da vida pessoal. “Meu único compromisso será com o grupo de oração”, disse ele.
Ele afirma que foi inclusive procurado pelo presidente municipal do MDB de Catalão, Orioval Júnior, para filiar-se no partido. “Senti-me feliz e honrado com o convite do Daniel Vilela”, disse Luciano. Ele afirmou que nesse momento ele não vai filiar no MDB e prefere retirar da política. Disse que vai se recolher alguns meses e se dedicar a vida familiar e seus negócios. “Não sei se volto para a vida pública, é uma decisão tomada e já comuniquei ao Jardel (no dia anterior à entrevista)… Tudo na vida tem início, meio e fim. Meu ciclo no PSDB está chegando ao fim”, enfatizou. É uma decisão pessoal e inclusive já vinha sido tomada há algum tempo, e foi muito discutida com sua esposa, segundo sua declaração.
Apesar de ter declarado que havia avisado seu amigo e companheiro de partido Jardel Sebba no dia anterior, e feito essa declaração oficial no dia seguinte no programa de rádio, o convite feito pelo MDB mostra que certamente esse assunto de sua saída estava sendo comentado já há um bom tempo fora desse círculo.
Muitos não acreditam nessa decisão de se afastar definitivamente da política já que seu nome é comentado com um possível candidato a prefeito e que isso poderia ser até uma estratégia de desvincular seu nome do ex-prefeito, que tem uma rejeição muito grande na cidade (os dois perderam a eleição por cerca de 23 mil votos) e talvez até ir para outro grupo que ele próprio formaria. O próprio deputado estadual Gustavo Sebba tem mostrado que pode ser o candidato do PSDB a prefeito em 2020, segundo jornal da capital.
De qualquer maneira ele não esquece a importância do ex-prefeito em sua vida. “Tenho um carinho enorme pelo Jardel e família, mas tudo na vida a gente precisa estar feliz 100% naquilo que faz. Nesse momento eu já não estou tanto à vontade como eu já tive um tempo atrás, já não me sinto tão feliz. … Saio pela porta da frente e deixo aqui um adeus a todo o grupo que me acolheu… É uma decisão que não tem volta”, disse.
Questionado se iria para algum partido, já que teria recebido inclusive convite do MDB, ele foi categórico em negar. “Adoro o Jardel mas politicamente nesse momento eu sinto que é a hora de eu me recolher um pouco…Preciso pensar no que eu vou fazer da minha vida, pensar se vou continuar na política ou não…Não vou para o grupo político do Adib, não estou permanecendo mais no grupo político do Jardel”, disse. Mais à frente, na entrevista, ele já diz que seu afastamento não o será definitivo e pareceu pela suas declarações que seria por um prazo de quatro meses. Ele afirma que pensa em fazer política de maneira diferente e assim prefere permanecer de fora por um período. “Se eu voltar a mexer com política será do meu jeito”, disse.
Falou de decepções, sem as especificar e citou a gota d’água foi quando chegou de férias da praia com um casal de amigos (Nasser e Leila) e ficou sabendo que ele seria transferido de Catalão pela sua ligação com ele. “Esse tipo de política que eu não comungo”, disse Luciano. Provavelmente esse não foi o fator decisivo.
Pode ter sido a gota d’água, mas o copo de água pra ficar cheio teve certamente outras diversas gotas de dissabores, ou então de outros interesses e intenções não revelados, que talvez no futuro possam ser mostrados.
