Desde que os magistrados de Curitiba iniciaram as operações de averiguação de desvio/corrupção de recursos públicos (são dezenas) deu-se a primeira impressão de que o país já não seria mais o mesmo daquele instante em diante. Muito já se mostrou e há ainda muito a ver. Somente a delação de Marcelo Odebrecht apontou cerca de 200 políticos suspeitos de envolvimento no esquema da empresa que representava. No país há centenas delas (JBS, OAS, Andrade Gutierrez, Delta, etc) e o que se poderia esperar se abrisse a caixa preta de todas? Quem estaria limpo e puro?
O lado positivo da delação é a Transparência do esquema e seus envolvidos. Hoje sabe-se perfeitamente uma boa parcela de quem é quem no meio. O lado ruim são as protelações que são permitidas na Lei e que dão benesses jurídicas especiais para aqueles que exercem cargos. Para mudar tudo isso seria necessária a aprovação pelos próprios legisladores envolvidos, para se transformar em Lei. É uma utopia. Quem se autocondenaria?
Apesar disso percebe-se algumas definições mais otimistas como as prisões de três ex-governadores do Rio de Janeiro, deputados, empresários e o bloqueio de seus bens. É um começo, mas longe ainda da verdadeira dimensão de todos envolvidos no esquema.
Assim percebe-se que apesar da ciência do problema e impunidade ainda é o desalento para que todos os brasileiros procurem os caminhos justos. Não existe correção sem punição, sem pagamento do erro.
Já que as brechas das leis e o poderio econômico fala alto, a única maneira de extirpar parte dos envolvidos nos esquemas corruptos e começar um caminho mais justo cuja solução demorará certamente décadas (tem-se que a cada eleição eliminar parte dos tumores), a única arma ainda sem domínio dessas organizações é o seu voto. Que 2018 seja o início…
