As novas denúncias do MPF e da PF certamente estão deixando muitos políticos preocupados, principalmente porque esse ano é eleitoral. Trata-se da Operação Decantação que apura possíveis fraudes em licitações da Saneago.
A Operação foi deflagrada em 2016. A denúncia é que em pouco mais de 10 anos, menos de duas dezenas de empresas (17) assinaram 388 acordos, equivalente a R$ 1,1 bilhão em contratos. A empresa Sanefer ocupa o primeiro lugar com R$ 276,8 milhões. Numa nova denúncia do Ministério Público Federal e da Polícia Federal esse valor de R$ 1,1 bi é sem contar os eventuais aditivos.
As suspeitas de irregularidades na Saneago começaram em 2007. O relatório denunciou 38 pessoas e pediu a prisão de quatro. Apontadas diversas irregularidades como vencimento de licitação mesmo tendo apresentado proposta duas vezes mais cara, liberação de pagamentos com problemas fiscais, etc.
Segundo reportagem do jornal O Popular uma das empresas, Tecnobombas, teria doado R$ 400 mil reais, em caixa 2, para a campanha do ex-diretor de Produção da Saneago, Luís Humberto Gonçalves Gomes, na campanha de 2010. A Sanefer teria ainda contribuído com outras campanhas como a de Carlos Alberto Lereia (R$ 235 mil), Giuseppe Vecci (R$ 50 mil) e Gustavo Sebba (R$ 120 mil).
Além disso, Carlos Eduardo Pereira da Costa, proprietário da Sanefer teria providenciado voos para o vice-governador José Eliton ir a eventos políticos no interior no ano de 2016. “(Sanefer) utilizou-se de sua influência política junto ao governo do Estado para conseguir liberar pagamentos”, diz um trecho da denúncia do MPF onde diz que a empresa tinha problemas fiscais para a liberação de seus pagamentos, mas que mesmo assim recebia seus pagamentos mesmo estando com certidões negativas.
O atual presidente da Saneago, Jalles Fontoura, ex-prefeito de Goianésia, se defende, dizendo que a gestão atual está isenta: “ Não diz respeito à Saneago atual”. Ele afirma que os efetivos suspeitos foram afastados e que nenhum dos denunciados está em cargo de chefia.
