Profissional do Hospital de Formosa coleta sangue de paciente para exame de dengue (Foto: Fernanda Bueno/ Imed)
O Hospital Estadual de Formosa (HEF) alerta a população para os cuidados e prevenção da dengue. A doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti afeta pessoas de todas as idades, mas exige atenção especial em alguns grupos que são considerados de risco.
Os sintomas da doença podem variar de leves a graves e incluem febre alta, dores musculares e articulares intensas, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas e fadiga extrema. Em alguns casos, pode progredir para quadro mais grave, com sangramento, insuficiência de órgãos e choque.
Pessoas com condições preexistentes, gestantes, lactentes, crianças (até 2 anos) e idosos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.
IDOSOS
Para os idosos, a dengue representa um grande risco, devido à imunidade enfraquecida, maior prevalência de doenças pré-existentes e maior suscetibilidade a complicações graves.
A capacidade reduzida de recuperação dos idosos também aumenta a gravidade potencial da infecção.
Para Anne Karollinne Oliveira, médica do pronto-socorro do HEF, os idosos enfrentam maior propensão à hospitalização e ao desenvolvimento de formas graves de doenças, apresentando mais risco de mortalidade pela dengue.
“Essa faixa etária, frequentemente, lida com a presença de doenças crônicas associadas, aumentando a suscetibilidade à desidratação. Portanto, a hidratação nessa faixa etária é fundamental para o sucesso do tratamento e precisa ser acompanhada pelos familiares, além de sinais de alarme no início devem levar à emergência para um melhor manejo do tratamento”, orienta a médica.
Esse foi o caso da paciente Elmita Pereira, 76 anos, que precisou ser internada no HEF, após sentir fortes dores no abdômen, oscilações de pressão e uma queda repentina das plaquetas. A paciente conta que os sintomas a deixaram muito preocupada e com medo, mas que já está se sentindo melhor e almeja a alta.
“É a primeira vez que tenho dengue. Os primeiros sintomas foram um frio muito grande, juntamente com dores nos olhos e na cabeça. Fiquei preocupada, mas hoje estou 70% melhor, tomando todos os remédios, recebendo os cuidados e espero ir para casa em breve”, afirma ela.
CRIANÇAS E GESTANTES
Em crianças menores de 2 anos, os sintomas podem ser mais difíceis de identificar, já que elas, muitas vezes, não conseguem expressar claramente o que estão sentindo. Além disso, os sintomas da dengue em crianças podem ser semelhantes aos de outras doenças comuns da infância, o que pode dificultar o diagnóstico.
Sinais de alarme como dores intensas, irritabilidade, choro contínuo, vômitos persistentes e sangramentos de mucos são importantes indicadores de que a criança pode estar com dengue em estado grave. É essencial ficar atento a esses sinais e procurar atendimento médico imediatamente se eles estiverem presentes.
No caso das gestantes, em que a imunidade é naturalmente mais baixa devido às diversas modificações que o seu sistema imunológico sofre ao longo dos nove meses, a grande preocupação é o desenvolvimento de complicações.
E o diagnóstico pode ser retardado, já que, em alguns casos, é confundido com sintomas típicos da gestação, como perda sanguínea vaginal, que pode ser um sinal de evolução da dengue para o quadro hemorrágico.
“Nos casos em que a dengue evolui para a forma hemorrágica, o número de plaquetas da gestante diminui, e os riscos de hemorragia aumentam. Esse quadro estimula deslocamentos placentários e hemorragias que, se não controlados, podem levar à interrupção da gravidez”, explica Anne Karollinne.
“O início e o fim da gestação são os períodos que merecem maior atenção quando há confirmação da doença. Isso porque, nos primeiros três meses, os riscos de aborto são maiores do que quando comparado a gestantes não infectadas. Já no final da gravidez, a evolução para a forma hemorrágica é mais comum, além de haver riscos de parto prematuro”, acrescenta a médica.
CUIDADOS CONTRA DENGUE
Medidas simples são fundamentais para prevenir a dengue, como usar repelentes de insetos, instalar telas em portas, janelas e usar roupas que cubram a maior parte do corpo, podem ajudar a reduzir o risco de picadas de mosquito.
A melhor forma de evitar a proliferação do Aedes aegypti é eliminar possíveis criadouros, como recipientes com água parada. Por isso, ações de conscientização e engajamento da população são essenciais.
Luciano Dutra, diretor do HEF, explica que a prevenção é responsabilidade de todos nós.
“Nosso trabalho não se resume apenas ao tratamento das doenças, mas também inclui a promoção da saúde e a prevenção de enfermidades. Portanto, é essencial que todos estejamos envolvidos nesse esforço integrado de combate à dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti”, ressalta.
Editado por Juliana Carnevalli via Secretaria da Saúde – Governo de Goiás