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Entrevista

por Pidim

Aguinaldo Mesquita, Provedor da Santa Casa

 

O que nos diz de seu primeiro ano à frente da Santa Casa?

Acho que foi mais importante dos propósitos que fizemos foi a reestruturação do Pronto Socorro, mas eu acho que o maior ganho que a Santa Casa teve, foi em melhorar a humanização do sistema. O reconhecimento dos pacientes e dos funcionários me deu forças para continuar mais um mandato.

A Santa Casa faz um trabalho regional. O que falta para legalizar essa situação junto ao Ministério da Saúde e assim receber verbas sobre esses serviços prestados?

Fomos três vezes em Brasília, vários telefonemas e recebemos uma resposta cética do Ministério, recentemente, que não tinha verba pra isso. Nós estamos qualificados, mas não temos verbas.

O que falta ou faltou para legalizar? E as participações das prefeituras da região?

Acho que a comunidade tem que saber dessa situação. Será que está faltando motivação política? Será que está faltando participação maior principalmente das prefeituras para acreditar que aqui nós estamos resolvendo o problema delas. Não é só Catalão que tem que resolver. Nós resolvemos agora um problema de Pires do Rio e todos os dias resolvemos pessoas de lá. Como é essa pactuação, como deveria ser? Essa não presença, não resposta as verbas é uma certa frustação que a gente conseguiu ter nesse primeiro mandato nosso, porque não tivemos essa participação das prefeituras, e principalmente das comunidades pra isso.

E na iniciativa privada?

Precisamos da parceria das grandes empresas que levam o grande lucro de Catalão, eu acho que elas tem que olhar aqui. Aqui tem uma Santa Casa que está prestando serviço para a comunidade. Se elas tem um plano de saúde ótimo, mas quantas pessoas nas famílias de seus funcionários que não tem esse plano de saúde? Então eu quero mostrar agora e até discutir o quanto é importante a Santa Casa no contexto regional.

Como a iniciativa privada pode ajudar a Santa Casa?

Eu acho que as grandes Empresas instaladas na cidade poderiam investir na Santa Casa. Nós não queremos dinheiro, queremos parceria, por exemplo, queremos fazer um complexo emergencial no pronto Socorro, necessitamos de salas com mais aparelhagem, a alimentação do Hospital, porque as vezes o recurso do SUS não é suficiente pra pagar.

Qual a saída?

Outro dia conversando com um vereador e lançou a ideia de que cada cidade da região poderia assumir por exemplo dois plantonistas do Pronto Socorro. Uma grande Empresa poderia por exemplo assumir a despesa de todo manutenção de remédios do Pronto Socorro.

Como está o funcionamento da UTI?

A Prefeitura de Catalão paga para a Santa Casa 5 Vagas. Pedimos um credenciamento para 8 vagas. Nó sabemos que teve hospitais que foram descredenciados no Estado nas vagas de UTI. Porque essa vagas não podem vir para nós que estamos prestando um serviço?  Falei isso no Encontro Regional dos Secretários de Saúde do Estado.  

A instituição precisa dos políticos, né?

A Santa Casa não é política, não é usar a Santa Casa, mas quem fizer a participação política nós diremos para a população a importância no nosso contexto regional. O Deputado Daniel Vilela conseguiu uma verba de 1 milhão de reais pra Santa Casa no ano passado. Veja bem a UTI está prontinha, mas devolveram o processo para o Estado para ver se tinha condição de relocar essas guias para a Santa Casa de Catalão. Isso tem três meses que recebemos essa resposta. Já fizemos diversos telefonemas, já pedimos diversas pessoas para interferir em cima disso, infelizmente nada andou. …( ) Precisamos de parcerias e eu já convoquei essa parcerias, elas aparecem, mas depois somem , mas terá uma  hora que alguém da sua família pode precisar do recurso da Santa Casa

E a ajuda Estadual?

O governador do Estado hoje tem o poder, se ele achar realmente que tem essas 8 vagas na UTI sobrando, se ele definir para Catalão, que vá pra Santa Casa, eu vou contar pra população catalana que foi ele. Não é chegar em época de eleição e dizer que vai ajudar a Santa Casa. Nós não queremos dinheiro vivo, Aqui nós conseguimos sobreviver com a multiplicação dos pães.

Qualquer político mesmo?

Sim, até aqueles que fecharam o Pronto Socorro, se chegar aqui e nos dizer que vai conseguir o credenciamento do SUS para a Porta de entrada da Santa Casa, eu vou contar para todo mundo

Qual a participação da prefeitura de Catalão?

A prefeitura nos repassa R$ 600 mil reais todos meses. Nos ajuda muito, mas o custo de um pronto Socorro é mais de R$1 milhão de reais mês. O Materno Infantil que atende muito menos pacientes, tem um custo de R$ 1 milhão. O Dr. Adib Elias me repassa esse valor, e eu agradeço muito e se ele não tivesse o convênio com o Pronto Socorro, nós tínhamos fechado o Pronto Socorro e Santa Casa teria caminhado por um destino muito pior ainda. A UTI está funcionando graças ao convênio de 5 leitos firmado com a prefeitura de Catalão graças ao convênio firmado com a UNIMED, ProSaúde e  estamos aguardando o convênio com o IPASGO. 

O que falta para a Santa Casa ser o Hospital Escola da Universidade Federal de Catalão?

Isso está dentro das nossas próximas prioridades, nesse novo mandato, O que depende da Faculdade de Medicina é que tenha um hospital público que posso atendê-los, isso já está bem entendido, já assinamos um termo com a diretoria da UFG, que instalando a faculdade de Medicina, é o único Hospital Filantrópico, que atende público, que não tem convênio. O que falta pra andar é realmente a efetivação da faculdade e assinarmos um convênio para fazer as adaptações que o curso universitário necessite.

O que pode falar sobre o projeto do Complexo Emergencial?

Nós sempre sonhamos de manter um Pronto Socorro do primeiro nível, eu nem gosto de dizer Pronto Socorro mais, seria um Complexo Emergencial que está aqui pronto. Um Pronto Socorro do SUS que está pronto para resolver todas as especialidades que podem ser resolvidas dentro de Catalão, como a que criamos numa parceria com a UNIMED, o Plantão de Obstetrícia, que hoje tem uma média de quase um parto por dia. O paciente da Unimed tem aqui um atendimento obstétrico 24 horas, nós fizemos um plantão de clínica médica onde qualquer hora será atendido.

 

Qual seu recado final?

Lanço um questionamento: se a Santa Casa fechar, quem vai assumir? Estamos em época de eleição, e ninguém ainda falou da Santa Casa. Vamos ser amigo da Santa Casa?

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