Início » Entrevista – Fernando Netto

Entrevista – Fernando Netto

por Pidim

 

 

 

Para dirimir dúvidas suscitadas em Redes Sociais, o secretário de Saúde, Dr. Fernando Netto, deu uma entrevista às emissoras de rádio da cidade, explicando sobre os atendimentos do Hospital Materno Infantil, UPA, Pronto Socorro da Santa Casa e de assuntos ligados a sua pasta. Veja alguns tópicos de sua entrevista a seguir.

 

 

 

A Santa Casa tem gestão própria e é um hospital filantrópico. A prefeitura não tem nada a ver com sua gestão. Existe apenas um repasse exclusivo do município para funcionamento do Pronto Socorro (R$ 610 mil reais/mês), desde fevereiro de 2017.

Por ser uma cidade polo Catalão atende como cidade polo e recebe como município único. O Hospital Materno Infantil não recebe nenhuma subvenção e é mantido somente com recursos da prefeitura. O custo é altíssimo.

A UPA sim é uma porta aberta regional porque recebe recursos do governo federal (R$ 100 mil reais por mês). Deveria receber também R$ 50 mil reais por mês do governo estadual, mas tem 11 meses que não pagam. A despesa gira em torno de R$ 450 mil reais por mês.

Apesar da maior participação ser da prefeitura de Catalão, com R$ 350 mil reais para a UPA, somos obrigados a atender toda a região.

Já o Pronto Socorro da Santa Casa nós não temos obrigação nenhuma. Não é reconhecido como porta de entrada pelo Ministério da Saúde. Funciona em função dos R$ 610 mil reais que a prefeitura repassa mensalmente àquela instituição. A prefeitura não tem gestão sobre esse valor repassado.

Assim o primeiro atendimento será na UPA. Se a pessoa for de Catalão pode ir direto a Santa Casa.

Já o Pronto Socorro da Santa Casa atenderá apenas os pacientes de Catalão. Os prefeitos da região que quiserem podem fazer o mesmo convênio.

Razão que esses municípios vizinhos deveriam contribuir com a Santa Casa. Não dei conta e nem o Dr. Aguinaldo de convencer os prefeitos da região.

Eles (prefeitos da região) não comparecem nas reuniões marcadas. É muito cômodo para eles deixarem a situação como está. Bom atendimento às expensas do município de Catalão. Isso vai acabar.

A partir de 1º de dezembro vamos fazer vamos atender aquilo que manda o gasto do dinheiro do povo de Catalão. A população das cidades vizinhas serão atendidas na UPA. É uma porta aberta para qualquer pessoa que tenha o cartão SUS, dentro do protocolo.

O que os prefeitos da região têm que entender é que a UPA foi concebida sem sala de gesso, sem laboratório, não tem tomografia, não tem centro cirúrgico, tudo isso que a Santa Casa tem.

Se o paciente precisar de internação o paciente sai da UPA e vai para Santa Casa.

Vai mudar somente o primeiro atendimento. A pessoa vai na UPA com uma fratura de perna vai ser transferido para a Santa Casa com porta aberta, tem direito, o que vamos deixar de fazer é o atendimento de Pronto Socorro, o primeiro atendimento, a primeira consulta. O primeiro atendimento no Pronto Socorro da Santa Casa será apenas para pacientes de Catalão. Prefeitos que quiserem ter o mesmo atendimento de Catalão tem que fazer o mesmo convênio com a Santa Casa.

Recebemos e repassamos todos os meses R$ 284 mil reais por mês para o Hospital Nasr. Faiad para atender o país todo na área de cardiologia. Quem chegar aqui tem direito. O sistema de Hemodiálise é feito no Hospital São Nicolau e atende também todo o país.

Se chegar um infartado na UPA ele tem direito de ser internado no Hospital Nasr. Faiad, se chegar alguém com uma crise de apendicite na UPA e precisa ser operado, ele será transferido imediatamente para a Santa Casa e será operado. Isso não mudou absolutamente nada. É da obrigação dela porque recebe recursos federais para isso. Ela tem um teto de R$ 316 mil reais por mês para atender gente de qualquer lugar.

Estamos tentando habilitar o Hospital Materno Infantil junto ao Ministério da Saúde, desde que entrei na secretaria de Saúde, assim nos partos receberíamos do SUS. Hoje tudo é bancado pela prefeitura de Catalão e tem um custo de R$ 800 mil reais por mês.

Há muitas exigências como Centro Cirúrgico, Laboratório, de Cozinha, de tamanho de Quarto, de Banheiros,  inclusive de uma casa de apoio perto do Hospital para gestantes antes do parto. Por isso estamos preparando tecnicamente o Hospital Materno Infantil para ter essa habilitação. Não tem como fazer essa reforma com pacientes lá dentro. Os partos serão realizados em outros hospitais. Nessa reforma funcionará somente o Centro Integrado da Mulher.

Você não sabe a quantidade de partos que fazemos da pessoas da região do entorno de Brasília. Já chegamos a fazer 40 partos em um final de semana.

Depois de pronto faremos somente os partos das mulheres de Catalão, já que o Hospital é bancado exclusivamente pela prefeitura de Catalão. Anteriormente nunca houve restrição, mas não damos mais conta. Cada parto custa R$ 8 mil reais.

Somente com remédios no segundo semestre gastamos R$ 3,2 milhões de reais. Os remédios também somente serão entregues para os moradores de Catalão. No primeiro dia que implantamos essa exigência deixamos de atender 30 pessoas que vinha de outras cidades pegar remédios gratuito aqui. Chega a um ponto que não dá mais.

Ao município cabe as ações básicas de saúde. Extrapolamos em muito nossa obrigação. Fazemos de 10 a 20 tratamentos de canal com especialistas por dia, entregamos 150 próteses dentárias todos os meses. Ninguém fala mais sobre falta de cirurgia de catarata em Catalão. Fazemos 60 todos os meses. Fazemos 40 cirurgias eletivas todos os meses.

A Saúde é tripartite: Município, Estado e União. Tem atendimentos que não são de nossa alçada e as pessoas acham que somos obrigados a fazer tudo.

Mandamos 41 pacientes para fazer Biópsia de próstata em Goiânia e todos foram devolvidos. Goiânia entrou em colapso e não queremos isso aqui em Catalão. No caso da biópsia tivemos que fazer uma parceria com um urologista catalano e estamos fazendo a coleta aqui.

Tem coisas que não cabem a secretaria municipal de Saúde. Remédio de alto custo é obrigação do Estado, no entanto as pessoas aprenderam uma via que seria acionar via MP que o juiz determina ao município. A Judicialização da Saúde sempre pega o município que é o elo mais fraco da corrente. Os juízes estão determinando que a gente compre tudo. Esses dias recebemos uma ordem judicial para operar uma criança com adenoide. Isso não tem cabimento. Sofro de adenoide desde que nasci e nunca operei e não vou operar. A cirurgia custa R$ 8.500 reais. Já pagamos cirurgia que custou R$ 61 mil reais. Tivemos que comprar extrato de maconha que custou R$ 33 mil reais. Tudo com medida judicial. O que extrapola faz falta na saúde básica, em medicamentos na farmácia e outros.

O governo federal está quebrado e sem perspectivas. Não consigo fazer o processo seletivo para contratar agentes comunitários de saúde e agentes de endemias porque o governo federal não se disponibiliza a pagar sua parte.

Costumo dizer que se o Brasil fosse um paciente seria um paciente com 75 anos de idade, com câncer de próstata com metástase na coluna e pulmão.

A obrigação do município é de aplicação de 15% do orçamento em Saúde. Já chegamos a aplicar 27%.

 

You may also like

Leave a Comment