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Morte após a abordagem Policial

por Pidim

O falecimento, sexta-feira dia 9 de março, de Helton Antônio Rita, apelido de Lacraia, jovem trabalhador de 42 anos, Industriário e Dançador de Congos, após uma abordagem policial numa rua do Jardim Europa, a caminho da delegacia, chocou a população e gerou muitos comentários nas Redes Sociais.

Segundo a Polícia ele foi parado em uma abordagem numa rua de pouco movimento, quando estava juntamente com seu filho de 18 anos, Helder Ribeiro Rita, fazendo xixi num lote, e em seguida após esse contato policial foi encaminhado à PRE para aferição do nível alcoólico, com o etilômetro. Segundo a PM foi acusado 0,36 mg por litro de álcool expelido dos pulmões. No retorno da PRE, no pátio do Posto Joia foi feita a troca de viatura quando foi verificado que ele estava imóvel, parecendo que estava desmaiado e então foi encaminhado a UPA. A primeira informação é que teria sofrido um enfarte (cerca de 20 minutos após ser abordado). Na UPA tentaram a reanimação por 40 minutos, em vão. Segundo reportagem da TA o médico que atendeu o jovem Helton teria informado que a suspeita é de enfarte mas que a causa da morte será dada pelo laudo do IML.

Sua mãe e parentes, não acreditam na versão e querem o caso investigado. O comandante da PM explicou o que foi feito, mas afirma que corre uma averiguação para ver se houve qualquer excesso, embora seu corpo não tenha nenhuma lesão aparente. O Laudo do IML deverá auxiliar a Policia Civil na averiguação do caso. Veja parte de alguns depoimentos para o jornal da TA.

“Meu filho não morreu de enfarte não. Eu não sou boba. Meu filho não tinha nada. Um rapaz sadio. Não tinha nem dor de cabeça e trabalhava todos os dias. Levantava cedo. Não tinha nada de problema de saúde para morrer de uma hora para outra…Todo mundo está indignado… Meu filho não mexe com Drogas. Ele tem três filhos, um neto. Eu ensinei meus filhos a não matar, não roubar, respeitar o próximo. Não é justo, por que aconteceu isso comigo? Quero Justiça…Os boatos que estão correndo na cidade não são verdadeiros. O Helton não tinha nenhum hematoma no corpo a não ser um arranhado no cotovelo. Meu filho não morreu de enfarte” –  Margarida Rota, mãe de Helton.

“Nem bandidos eles estão espancando. Então por que espancar um pai de família? Espancar um pai de família, uma pessoa só porque estava embriagado? Fica no coração de qualquer cidadão essa revolta…Como todo rapaz tem seus momentos de folga, de diversão. Bebe sua cervejinha, mas sempre foi um trabalhador, pai de família.”. -Orisvaldo Domingos, pastor amigo da família.

“Decidimos instaurar um processo para apurar o que de fato aconteceu, se houve algum exagero por parte de algum policial militar, se foi a parada cardiorrespiratória que levou seu Helton a morte…O que sabemos é que os policias identificaram um veículo parado, com dois suspeitos fazendo necessidades fisiológicas, no local ermo, foi feita a abordagem, no início seu Helton quis resistir, depois acabou cedendo…Foi convidado a fazer o teste do bafômetro e concordou. Foi levado ao posto da PRE, que acusou a embriaguez. Durante o processo de troca de viatura, no pátio do Posto Joia, na presença de inúmeras testemunhas, descobriu-se que ele estava desacordado. Correram com ele para a UPA onde o médico viu que ele estava com poucos sinais vitais. Tentaram reanimar, mas ele infelizmente acabou vindo à óbito…Se teve alguma coisa além disso, omitido, com algum procedimento não citado, a gente vai descobrir.” – Tenente-Coronel Carlos José da Silveira, comandante do 18º BPM.

“Os Policiais serão ouvidos e se a Polícia constatar que houve indícios de crime esse procedimento será remetido ao poder Judiciário e a própria Corporação, se constatar indícios para a constatação de que a morte aconteceu de forma natural, procedimento da mesma forma e encaminhado ao poder Judiciário com sugestão de arquivamento. Ainda estamos em fase inicial e a princípio dependemos do laudo cadavérico para saber que linha seguir de investigação”. – Delegado da Polícia Civil que já tinha ouvido três policias militares que estavam na abordagem e deve ainda ouvir outros policiais e outras testemunhas, como o filho do dançador de Congos falecido, e tem o prazo de 30 dias para concluir o inquérito.

“Meu pai parou para fazer xixi e eu fiquei dentro do carro, quando retornou e ligou o carro os policiais chegaram…Eles gritavam desce do carro. Descemos e eles pediram para colocar a mão no capô. Depois para colocar a mão na nuca. Quando meu pai foi colocar a mão na nuca e como ele é alto a blusa subiu, aí o rapaz agarrou ele pelo pescoço e os dois caíram no chão. Fui ajudar meu pai e eles apontaram a arma e disseram para eu ficar quieto. Meu pai me disse para ficar quieto que ele não iria reagir. Meu pai perguntava porque estava sendo abordado, que era pessoa de bem e dizia que era amigo do Sargento Anísio, do Hudson do policial Batista que é seu tio e que eles podiam ligar para eles. Eles gritavam para calar a boca a todo o momento…Meu pai negou a todo tempo a fazer o bafômetro. Ele dizia que tinha bebido, mas não estava embriagado.” – Helder Ribeiro Rita, filho do industriário e Dançador de Congos, morto após uma abordagem.

 

 

Inconclusiva a causa da morte de Helton Rita

O laudo pericial do IML não esclareceu a causa da morte do dançador de Congos e Industriário, Helton Rita. Novos exames serão efetuados em Goiânia. Segundo o delegado Vitor Magalhães nesses casos são encaminhados uma série de amostras para um laboratório de Goiânia solicitando exames complementares. Segundo o delegado foram solicitados exames de alcoolemia, toxicológico e anatomolaboratoriais, quando então deverá ser informado a provável causa mortis da vítima. Como são diligências complexas não há prazo para a entrega do resultado embora o delegado tenha dito que irá cobrar os resultados semanalmente para maior agilidade.

 

 

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